COLONIAL OASIS

Exposição individual. Kubik Gallery (Espaço C.A.M.A). São Paulo. Brasil.
2021.



O conceito de “civilização oásis” é introduzido por Mario Pedrosa justificando Brasília como horizonte a uma suposta ausência de história, em que a instantânea criação de uma estrutura social queimaria etapas de desenvolvimento e de formulação cultural orgânica, fazendo entender a cidade moderna como compensação e supressão das lacunas históricas do novo mundo.

O Oásis surgiria então como a visão de uma prosperidade emanada por uma modernidade artificialmente produzida, visando superar um suposto vazio demográfico, cultural e histórico no interior do Brasil. Essa visão idílica também faz jus ao fenômeno de apropriação coletiva dos signos arquitetônicos dessa modernidade, que dentre suas várias significações poderíamos citar um culto a uma determinada ideia de prosperidade e desenvolvimento.

Por outro lado, o Oásis remete a miragem e ao delírio colonial análogo das primeiras invasões no interior da América Portuguesa que vislumbravam encontrar em meio ao “vazio” continental, a grande lagoa de Eupana, mitologicamente difundida como fonte de riquezas auríferas. De tal maneira, o estigma colonial do Oasis, de um espaço provedor em meio a um sertão arcaico, é figura fundo na qual se institui um imaginário da modernidade que ressoa até hoje nas contraditórias fabulações de Brasil.